quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Suculento

Esse é um texto sobre nada que faça sentido ou seja coerente ao temas já abordados.

É sobre um único desejo. Uma casa cheia de gente, um festa, está quente. Está bem quente. Mas não incomoda em nada pois lá fora está frio então tudo está harmonizado.

Estou sentada no sofá num pose confortável, o sofá afunda e abraça e o meu corpo. Logo ao meu lado está alguém, bem colado a mim, está com os braços circulando minhas costas. Esse alguém me ama ternamente, as vezes pronuncia palavras nos meus ouvidos fazendo cócegas e seus beijos em meu pescoço são quentes e demonstram plena paixão e devoção.

Na minha mão está uma taça com vinho quente. Ele desce queimando a cada gole, o que torna um pouco difícil de engolir mas imensamente gratificante quando o faço. Esse alguém beija os meus lábios, há umidade, e o gosto de vinho se mistura à saliva. Ao beijo. É uma delícia, não sei dizer... Suculento.

Está bem escurinho, nossas palavras mal são trocadas e embora o barulho esteja alto, tudo parece em silêncio. Parecemos completamente viciados um no outro e compenetrados nesse papel.

sábado, 1 de setembro de 2018

O mês

Skinny Girl Diet

É pessoal e é só um mês. A partir de amanhã irei iniciar. Vou anotar toda semana, ou dia em que eu tiver vontade, o meu progresso. Irei combinar essa dieta com os seguintes fatores:

• Pelo menos 2L de água por dia

• Pelo menos 30min de exercícios por dia

• Nada de refrigerante

Talvez mais mas não me recordo, mas o ponto é: Vou viver esse mês com a determinação que me orgulho de fingir ter.

Sou me inspirar e me tornar a skinny girl diet.

Ser menos

Este é um relato sobre ser o melhor de mim, não só para mim, mas para os outros também.

Vejo -o e ele possuí em sua forma a magreza e a superioridade. Percebo em mim o gosto por Eles mais gordinhos, isso por que ver Eles menos que eu me faz doer. E, bom, o meu Ele é bem menos que eu.

Mas eu preciso ser melhor. Preciso ser melhor que isso, preciso sentar naquele banco de carro com quatro pessoas e deixar espaço sobrando ao lado dele pois sou ainda menos que ele. Será que sou capaz? Obviamente.

Quero ser melhor e serei melhor por ser menos que ele. E menos no quesito que vocês sabem bem, muito embora me doa dizer.

Ainda nesse assunto, menciono o Ele gordinho que faz meu coração parar. Não se enganem, isso é inédito, eu nunca me entrego de fato. É impossível. O mal é que Ele me vê ainda mais como o vejo, e isso me mata pois há aquele impedimento. Aquele Impedimento. Não vamos nos juntar, muito embora sejamos um perfeito par.

Então foquemos no outro Ele, aquele do carro, ele é menos que eu mas serei mais. Serei 45, serei 40, serei 37. Serei menos.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Pernas passadas

Ano passado eu tive anorexia. Realmente tive.

Bom, não vou me glorificar dizendo que tomei soro, ou que pensei 40 quilos nem nada disso, por que nada disso ocorreu. Mas o que realmente ocorreu foi que eu fui magra, eu me senti poderosa, me senti feia também mas me senti dona de sí. Foi maravilhoso, eu tinha tanta esperança, era possível ler nos meus olhos a alegria de estar conquistando um objetivo. Imensamente gratificante.

Mas então tudo isso acabou. Não me lembro bem como que foi que "venci" a anorexia e me tornei uma pessoa gorda. Não mesmo. Só sei que toda aquela esperança se findou...

E então chegamos aqui, em 28 de agosto de 2018, onde uma amiga me enviou uma foto do ano passado e eu quase caí para trás. Eu estava com uma franja horrível, sem dúvida, mas aquelas pernas... Não me lembro de ter tido aquelas pernas.

Eram incrivelmente finas, eu estava ao lado de Raquel (uma garota praticamente só osso) e as nossas pernas quase se assemelhavam. Como assim. Como. Eu NÃO tinha aquelas pernas. Será que eu cheguei tão longe no meu objetivo mas não lembro? Provavelmente deve ser aquela coisa médica de ver o ser corpo dismorficamente quando com anorexia, mas ainda assim estou pasma.

Novamente, aquela dor e arrependimento. Tão belas eram as minhas pernas, tão finas, tão orgulhosas. Não eram o meu objetivo final, mas com certeza bem mais do que é hoje em dia.

Estou sentada em perna de índio e vejo minhas pernas com desgosto. Como vocês podem ser tão desgraçadas?!!!!!!!! Gordas, enormes, nojentas.

Sinto muito o excesso de pontos de exclamação, isso se dá a meu profundo desapontamento momentâneo.

Enfim, eu gostaria de tê -las novamente, e é isso. Mas se lerem os meus olhos hoje em dia não verão mais a esperança de um dia conquistar isso.

domingo, 26 de agosto de 2018

Comida X Comida

Será que eu posso ser cozinheira e anoréxica?

É verdade, eu sempre tive um relação desequilibrada com a comida. Ou como demais até passar mal e chorar de culpa ou simplesmente não como nada é fico de mau humor e ouvindo roncos. Problemas com alimentação vem, em geral, pelas mães mas não vejo como isso se aplica em mim. É claro, nos últimos dias minha mãe tem me chamado de gorda e me insultado de formas similares, mas isso nunca foi recorrente.

Só sei que nos últimos meses eu tenho adquirido uma forte paixão com a cozinha. Cozinhando bolos, doces, cupcakes, pães e coisas do gênero. Cozinho tanto e tanto que me pergunto se ainda há espaço para uma anoréxica aqui no meu corpo, afinal, esse é o meu objetivo, não?

Não vou mentir, quero demais ter anorexia. Anseio demais, desejo demais. Mas como posso se tenho tanto apreço pela cozinha? Será que posso cozinhar e apenas observar outros comer? Sinto que já vi esse enredo em algum filme, sério...

Fica um debate inconsistente: Cozinhar X Fome. Ambos trazem consigo temas centrais que envolvem a comida, esse é o curioso, porém ambos os temas centrais são opostos.

Que mundo é esse para ter garota tão incoerente.